domingo, 16 de maio de 2010

QUINZENA DE GRAVURA - EBA/UFRJ NA MOSTRA DO GRUPO CADEIRA VIRADA NO MARIA TEREZA VIEIRA

QUINZENA DE GRAVURA - Alunos do curso de gravura da Escola de Belas Artes da UFRJ,que se reunem todo semestre  letivo no hall do prédio da reitoria,saindo das salas mais isoladas,para divulgar a técnica e perpetuar o encantamento comum a muitos nós. o trabalho realizado pelos alunos gera renda de manutenção dos ateliês. Com o evento do Grupo Cadeira Virada  eles foram convidados para romper os muros da EBA e participar da mostra com a feira e a oficin no Maria Tereza Vieira.

QUINZENA DE GRAVURA - EBA/UFRJ - OFICINAS NA MOSTRA DO GRUPO CADEIRA VIRADA

terça-feira, 4 de maio de 2010

TEXTO DA MOSTRA NO MARIA TEREZA VIEIRA - GRUPO CADEIRA VIRADA

A SEIS MÃOS

Estou muito feliz que estes artistas estejam aqui, mostrando seu trabalho no Centro de Artes Maria Tereza Vieira. Vejo neste grupo uma proximidade em relação a ela, pois além de artistas, têm um senso outro de estarem no mundo, com um sentido de contribuição e escuta que nos aproxima. Gian Shimada apresenta xilogravuras que comunicam o urbano, impressas em P&B sobre suportes variados, numa série de grafismos, luz e sombra expressionistas, de onde emergem faces, situações de confronto e solidão. João Moura desvenda uma série de pequenas gravuras com imagens oníricas e poéticas sobre a existência humana, onde as estruturas de composição se transformam a partir dos universos masculino e feminino. Marcelo Oliveira constrói campos através de repetidas séries de impressões e reproduções de um mesmo motivo/estampa. Estas imagens, que se surgem como azulejos, têm sua origem em estudos sobre obras de referência no período barroco brasileiro, como Mestre Ataíde. Aderidas a um suporte, obtendo assim um meio ilimitado de apropriações construtivas no espaço expositivo onde cada imagem tem em si sua potência individual que colocadas em conjunto constituem outras potências de expressão. Paulo Jorge Gonçalves, com impressões únicas e seriadas, aliados a técnica de monotipia, cria um vórtice de luz e sombra onde a linha branca, dentro do campo da escuridão, revela-nos um outro espaço a ser transposto, como uma fresta de luz, provocando e estimulando o campo visual sensorial. Rafael Kuwer traz obras que discutem o início, o fim e o recomeço de uma matriz que vai sendo sucessivamente gravada e impressa, realizando um conjunto de significados de ora vazio, ora pleno, e suas variantes do percurso ao seu extremo. Este primoroso trabalho de xilogravuras é fruto do olhar de um pai-artista sobre os desenhos do seu filho - Mateus de seis anos. No bojo, percebe-se uma discussão séria sobre o processo de arte educação – com isso a obra ganha força nesta relação, algo raro neste processo de pesquisa de fusão e produção de arte.

Otavio Avancini.