sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CAMINHOS

No início do ano caminhei com meu manto para coletar registros e executar minha ação em um local não muito longe de onde moro, na encosta do rio foi surgindo casas irregulares de pessoas que sem um lugar para colocar suas famílias e por medo da violência da favela ali encontram um solo para seu lar. Eles indagavam o que eu estava fazendo e ficavam curiosos. O dono da casa que por sinal pude produzir o que eu considero o melhor registro ofereceu suas paredes e me pediu que eu fizesse um permanente lá. Concordei ,mais jamais poderei cumprir. Ontem, dia 23/12/2016 véspera de natal a prefeitura protegida pelos seus cães da PM chegaram com ordem de despejo e colocaram no chão todas as construções. Só dando uma hora para que os moradores retirassem seus pertences . A desolação e a falta de perspectiva era assustadora. Geladeiras, trouxas de roupa, moveis desmontados panelas ...Seres humanos sentados ao meio fio sem saber o que fazer. A PM queria escoltá-los para a entrada da favela e eles se recusaram a este êxodo. Um outro problema surge: O local onde eles tinha as casas irregulares eram o que se chama favela de asfalto e é área do comando vermelho. A favela que a polícia quer que eles se escondam na sua faxina urbana é comandada pela facção A.D.A. Isso gera problemas para quem vive estas realidades . Lá eles são personas não gratas mesmo sem nunca terem sido parte de nenhuma facção. Alguns se depositaram embaixo de uma ponte próxima, um lugar que é deposito de lixo e chão de lama e outros esperam na rua a horda de policiais para próxima imposição a força ou que apareça uma outra oportunidade que eles não tem ideia do que possa ser. Desolador.
Estamos organizando cestas básicas aqui perto para que eles tenham o que comer neste natal. Natal este que será a cara da atual realidade brasileira_ Amarga, pesada e sem esperança. Paulo Jorge Gonçalves








quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

EPIFANIA DAS ROSAS



EPIFÂNIA DAS ROSAS  - Aquarela, tempera e tinta spray sobre papel cartão . 29 x 49 cm 2016 - Paulo Jorge Gonçalves

MANTO

Manto
substantivo masculino
  1. 1.
    vest capa de grande cauda e roda, presa aos ombros, us. por dignitários em atos solenes.
  2. 2.
    vest veste comprida e sem mangas, para cobrir a cabeça e o tronco.
  3. 3.
    vest hábito de algumas religiosas.
  4. 4.
    fig. aquilo que cobre, que se estende ou alastra sobre.
    "o m. verde das pastagens"
  5. 5.
    fig. escuridão, trevas.
    "o m. da noite"
  6. 6.
    fig. motivo que se declara para ocultar a verdadeira razão de algo; disfarce, véu.
    "o m. da falsidade"
  7. 7.
    anat.zoo dobra do tegumento de moluscos e braquiópodes, responsável pela secreção da concha e pela formação da cavidade do manto; pálio.
  8. 8.
    anat.zoo carapaça das cracas.
  9. 9.
    anat.zoo parede do corpo das ascídias, situada entre a túnica e a cavidade atrial.
  10. 10.
    p.ana. morf.zoo pelagem, plumagem ou região do dorso dos animais, cuja cor difere do restante do corpo.
Origem
⊙ ETIM lat. ibér. mantus < lat.tar. mantum,i 'manto'

domingo, 4 de dezembro de 2016

FERREIRA GULLAR


Beijos aos pés da poesia.
Viaje pelo céu novo-concreto.
vá filosofar pensamentos em outros cosmos.
Neste, já semeou uma floresta
Ferreira Gullar - Série Cosmos  - Registro em fotografia 2016 - Paulo Jorge Gonçalves

Uma despedida deste Gênio que faleceu hoje 4/12/2016  para mais uma ponta de tristeza em um ano não cruel com o povo brasileiro. tive a oportunidade de registra-lo e deixo aqui minha homenagem.