sexta-feira, 15 de maio de 2015

EXPOSIÇÃO CUBO DE ENSAIO - ABERTURA CENTRO MUNICIPAL DE ARTE CALOUSTRE G...



Publicado em 14 de mai de 2015
Abertura da Exposição Cubo de Ensaio, dia 14/05/2015, no CENTRO MUNICIPAL DE ARTE CALOUSTRE GULBENKIAN, Centro do Rio de Janeiro, artistas do Grupo Dez ao Cubo. Artistas expositores Fuad Jorge Hajjat, Maria Cherman, Paulo Della Nina, Osvaldo Carvalho, Luiz Gonzaga, Eda Mir, Xico Chaves, Paulo Jorge Gonçalves, Fernando Gonçalves Borges, Claudia Rutter-Tuchler, José Augusto Petrillo, Deneir De Souza Martins, Maria Lucia Paixão Maluf, Luiz Carlos de Carvalho, Denise Campinho, Paulo Mendes Faria, Edson Silveira, Ricardo Pimenta Mendes, Vilmar Madruga, Lin Lima, Roberto Tavares, Nivaldo Rodrigues Carneiro, Ilcio Arvellos Lopes e Abigail Nunes.
DEZ AO CUBO - CUBO DE ENSAIO
A relevância da simplicidade – Sobre o Cubo de Ensaio
O grupo Dez ao Cubo foi concebido por artistas ao questionarem a originalidade criativa pela apropriação do hexaedro regular comumente conhecido como cubo. Semelhante a todo grande movimento, a reunião dos artistas surgiu de uma controvérsia sobre a autenticidade de faturas, ou melhor, quem foi o primeiro a “pensar” o cubo? E o que parecia apenas uma questão dialética de menor monta, indissolúvel mesmo, acabou por encontrar quem se propusesse a ser “herdeiro” único do referido poliedro regular. A reivindicação de posse de algo hoje tão arraigado ao DNA humano pareceu um despropósito inconcebível de tal ordem que impulsionou dez artistas a se juntarem na causa de se manifestarem por meio do mote das infinitas possibilidades de se examinar, externar e explicitar a configuração cúbica.
Os ecos dessas indagações vieram com uma mostra que mais que buscar teorias desafiou-as, mais que criar conceitos tornou-os obsoletos diante da precária afirmação de uma identidade única para a forma. Sim, o projeto desmistificador engendrado ultrapassou a mera aparência de uma ocupação de resistência, foi a própria reação contra a inércia de uma parcela da mentalidade contemporânea tacanha que se julga proprietária de uma visualidade única e erudita. Deslocar o eixo da discussão para o enfadonho e o banal que se tem na arte de nossos dias foi a grande percepção que esses artistas tiveram ao abolir os complexos esquemas culturais projetados antes para o entretenimento que para a reflexão.
Procurar no cubo o leito para novas investigações artísticas aparentemente aponta para uma armadilha – pois bem ressaltam os trabalhos criados sem nada esconder sempre nos lembrando de onde vêm historicamente – mas o que, de fato, se pretende é isentar o espectador de qualquer razão para se sentir excluído do processo criativo, deixando claro seus pressupostos e suas fontes.
Dez ao Cubo também foi além de se falar da forma e criou o conceito de juntar ao seu contexto mil artistas (dez elevado à terceira potência) os quais agrega sem distinção entendendo o caráter difusor de suas ideias, a urgência de exaurir a caretice visual, de reconciliar o efêmero às nossas necessidades, de embriagar a arte de humanidade.
Nessa edição, Cubo de Ensaio, artistas franceses foram convidados para um ensaio do que vai acontecer na França em junho desse ano quando o grupo levará suas criações para o Dix au Cube em Paris, juntos e misturados, um lema que já faz parte também do corolário de ações proposto pelos fundadores do projeto.
Osvaldo Carvalho
2015

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